ATA DA
OCTOGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 05-9-2016.
Aos cinco dias do mês de
setembro do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Ana Terra do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença
Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dr.
Goulart, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Carlos Nedel, Jussara Cony, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum,
Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Sofia Cavedon. Constatada a
existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante
a Sessão, registraram presença Clàudio Janta, Engº Comassetto, João Bosco Vaz,
José Freitas, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro,
Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein. Após, foi apregoado o Ofício nº 779/16,
do Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 022/16 (Processo nº
2021/16). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se Sofia Cavedon. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 135, 177 e 204/16, este discutido por Reginaldo
Pujol; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 178/16 e o Projeto de
Resolução nº 046/16, discutidos por Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se Clàudio Janta, Engº Comassetto e Valter Nagelstein. Às quatorze horas e cinquenta e dois
minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para
a próxima sessão ordinária.
Os trabalhos foram presididos por Cassio Trogildo e secretariados por Paulo
Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, este espaço tem o caráter
importante do debate político e é disso que vou tratar. Não faz uma semana que
o Congresso Nacional entendeu, por maioria, que a Presidenta Dilma deveria ser
impitimada, e os argumentos foram os decretos suplementares sem autorização do
Parlamento, um deles, e as chamadas pedaladas. Pasmem, dois dias depois de
concretizado o afastamento de uma Presidenta eleita diretamente, o mesmo
Congresso, o Senado, vota uma decisão de que não é preciso mais, Ver. Dr.
Goulart, esta autorização, que está liberado o Presidente golpista para fazer
decreto: “Agora pode, agora pode”. Estão brincando com a política brasileira,
estão brincando com a cidadania brasileira, estão brincando com a democracia
brasileira. A nossa juventude está nas ruas; em São Paulo, ontem, havia mais de
cem mil pessoas. E o Presidente, que foi à China, ilegítimo – inclusive, já no
Vale dos Sapateiros, estão discutindo que ele vai favorecer a entrada do
calçado chinês no Brasil, quebrando a indústria brasileira –, que já está
empenhando esforços para estabelecer limites de gasto público e congelando,
portanto, as políticas públicas no País, que anuncia severas mudanças na
Previdência Social, disse que eram pequenos grupos que estavam protestando.
Ora, pequeno grupo em São Paulo? Mais de cem mil pessoas! Já está chamado para
amanhã à noite novo ato em Porto Alegre. O Grito dos Excluídos, na
quarta-feira, terá manifestação no Brasil inteiro, porque a Semana da Pátria
exige dos brasileiros que a sua pátria, de fato, seja forjada pelos
brasileiros, como diz a Constituição no seu primeiro artigo. O art. 1º da
Constituição diz que o poder emana do povo, será por ele exercido através dos
seus representantes ou diretamente. A população votou, mais de 54 milhões de
votos definiram a Presidenta Dilma, e o Congresso entendeu que ele pode
desfazer uma votação desrespeitando a Constituição, na nossa avaliação.
Então,
o Presidente interino vai ouvir muitas vezes. Ele diz que não admitirá, mas ele
vai ouvir muitas vezes que este impeachment
é golpe; que ele é golpista, sim; que ele foi desleal, sim; que ele é testa de
ferro de interesses que não são os interesses do povo brasileiro, representante
de um programa que não é um programa eleito pelo povo brasileiro, não é um
programa que, testado nas urnas, seria referendado pelo povo brasileiro. Quem
anda nas ruas, como eu ando, como todos nós Vereadores andamos, tenho certeza
de que as pessoas estão perguntando: “E, aí, Vereadora, como vai ficar o nosso
Bolsa Família? E, aí, Vereadora, como vão ficar os benefícios do INSS?” Porque
todos estão ouvindo anunciar que vai ter pente-fino no benefício do INSS, que
significa, de novo, penalizar os pequenos, penalizar quem está doente, quem
está afastado do serviço, por alguma causa involuntária sua. Quem vai pagar a
conta se continuar esse governo golpista da crise do capitalismo internacional
são os trabalhadores e as trabalhadoras deste País. Nós sabemos que os
sindicatos começam a discutir com as suas bases. Amanhã começa a greve dos
bancários. Os bancários definiram por greve nacional e eles estão no coração do
debate, que tem a ver com esse golpe, porque os bancos, só no primeiro
semestre, lucraram R$ 39 milhões. O sistema financeiro é um sistema que exige
tirar do trabalhador para manter alta taxa de lucro para o rentismo. Os
bancários estão nas ruas e vai ser a liderança dos bancários que vai puxar a
greve geral dos trabalhadores, porque os trabalhadores estão começando a
enxergar que esse golpe não é um golpe contra a Dilma, contra o PT, ou de uma
maioria eventual. É um golpe das elites econômicas que não têm compromisso com
quem vive com o seu trabalho, não têm compromisso com o desenvolvimento e com a
soberania nacional. É um golpe que já começou vendendo as nossas reservas de
petróleo a preço de bagatela; que já começou mudando regras, não garantindo a
nossa soberania na exploração do petróleo. Então são muitos elementos que ficam
evidentes, e a pesquisa já diz que ninguém está satisfeito com esse governo
golpista. Ninguém, mesmo os que foram para a rua pedindo mudança, e já o Brasil
ensaia pedido de eleição direta para retomar a soberania nas mãos do povo
brasileiro. O voto do povo brasileiro, a vontade do povo brasileiro tem que ser
decidida. Se há uma insatisfação geral, como a própria Dilma indicou, que se
chame um plebiscito, que se consulte a população brasileira. E é nesse caminho
que nós estamos perfilados, a nossa bancada do PT nesta Casa, o Partido dos
Trabalhadores, que tem a sua responsabilidade, sim, mas que, diante da
democracia, diante da soberania popular, escolhe o caminho do povo, escolhe o
caminho da mobilização, escolhe o caminho da luta popular. E a luta popular
está só começando.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1433/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 135/16, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que
obriga a manutenção de equipe profissional composta por bombeiros civis nos
estabelecimentos que especifica. Com
Emenda nº 01.
PROC.
Nº 1808/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 177/16, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que
determina a pena de prisão perpétua em clínica psiquiátrica a quem for
sarcástico com animais, estuprá-los e enterrá-los vivos no Município de Porto
Alegre.
PROC.
Nº 1989/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 204/16, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
inclui a efeméride Dia do Tango no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de
2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de
Porto Alegre –, e alterações posteriores, no dia 10 de novembro.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1947/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 046/16, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Diploma Honra
ao Mérito ao Rotary Club de Porto Alegre São João.
PROC.
Nº 1809/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 178/16, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que
estabelece penalidade aplicável à pessoa que furtar animal doméstico.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu gostaria, Sr. Presidente, que V. Exa. assinalasse adequadamente
que nós devemos falar rigorosamente sobre os temas da Pauta, como, aliás, só
pode acontecer neste momento. Nada me tenta manifestar sobre o tema antes
referido pela colega, que teve todo o direito, estava falando em Comunicação de
Líder. E eu faço essa minha colocação inicial não só para acentuar o respeito
ao Regimento, mas especialmente, Sr. Presidente, para acentuar a capacidade de
esta Casa continuar legislando, propondo projetos que às vezes podem ser até
polêmicos, mas que demonstram uma capacidade de participação que nem mesmo a
proximidade do pleito esgota.
Hoje,
por exemplo, nós enfrentaremos, além dos projetos em 1ª Sessão, dois em 2ª
Sessão, que, obviamente, estão tramitando aqui no seu derradeiro momento. O
primeiro deles é do ilustre Ver. Dr. Goulart, que concede o Diploma de Honra ao
Mérito ao Rotary Club Porto Alegre - São João, o que já foi objeto de
manifestação nossa na Sessão anterior, quando emprestamos a nossa mais
irrestrita solidariedade ao seu projeto.
De
outro lado, o Ver. Rodrigo Maroni estabelece penalidade aplicável à pessoa que
furtar animal doméstico. Obviamente que este projeto vai ensejar uma ampla
discussão, até mesmo na definição do que é animal doméstico ou não e como é que
o furto se realiza, que é um caso típico dos facínoras, dos meliantes, meu caro
Ver. Delegado Cleiton; isso ocorre com seres humanos, que são levados pelas mais
diversas circunstâncias ao furto dos seus semelhantes. Ver. Goulart, V.
Exa. esgota, por assim dizer, a relevância da Pauta com a sua proposta.
Estabelecer Honra ao Mérito ao Rotary Porto Alegre - São João, sabidamente, um
dos mais destacados da comunidade rotariana de Porto Alegre, comunidade essa
que, por si só – falo com suspeição, porque a integro –, já é credora de toda
Cidade, de todo respeito, e que tem em algumas das suas unidades dos seus
clubes referências especiais. E V. Exa., sensível como é, médico e poeta, foi
logo buscar exemplos do Rotary, que antigamente era Navegantes/São João, e que
agora é só São João. Ora, Ver. Dr. Goulart, V. Exa. pode surpreender a muitos,
a mim não. Eu tenho tido a alegria de privar mais intimamente com o amigo e reconheço
essa aguçada sensibilidade que lhe faz ser sempre signatário de belos projetos
que estão aqui na Casa. Duro igual, e aí vem o meu lado de homem da fronteira,
descendente de catalão, o Ver. Márcio Bins Ely propõe, na inclusão no
Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto
Alegre, a efeméride do Dia do Tango, que é, para os nossos irmãos argentinos,
uruguaios e chilenos, a correspondência do nosso Dia Nacional do Samba.
Obviamente, tendo eu nascido nas barrancas do Rio Quarai, no garrão da Pátria,
tenho, com relação a esta musicalidade, um apreço muito especial. Ainda hoje me
emociono quando ouço La Cumparsita, Adios Buenos Aires – não sou dos maiores
fãs do Piazzolla, sou mais do tango tradicional –, Por una Cabeza...
Sr. Presidente, quero concluir a minha apresentação, o meu pronunciamento e
dizer que, em que pese alguns serem hilários com relação à proposta desta hora,
eu não sou. Se é verdade que estão se esgotando as datas disponíveis do
calendário cultural de Porto Alegre, não é menos verdade que ele vai sendo
enriquecido, ao longo do tempo, com inclusões como essa.
Por
isso, Ver. Tarciso, que está com o braço esquerdo na tipoia, o que não o
impediria de entrar em campo e, com o número sete nas costas, fazer aquilo que
o nosso Grêmio não está fazendo, que é gol, por isso, Ver. Tarciso, eu vim à
tribuna, rigorosamente, no tema da Pauta. Não me referi ao pronunciamento
anterior, mas faço uma só palavra: absolutamente, sem consequência e de uma
impropriedade a toda a prova, eu não me arriscaria a respondê-lo por não
merecer. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, membros desta Casa, eu vou falar em nome da Liderança do meu
partido, em alguns temas – espero conseguir falar neste tempo.
Primeiro, quanto à chegada da Guarda Nacional na
nossa Cidade, espero que o novo Secretário da Segurança nos ouça ou que seja
levado para ele por membros desta Casa o seguinte: que nós não precisamos da
Guarda Nacional fazendo segurança nas avenidas de Porto Alegre, nem policiando,
como ontem, o dia inteiro, em um desfile – a sede do nosso partido
Solidariedade fica aqui na Cidade Baixa –, a Cidade Baixa. Nós precisamos da
Guarda Nacional nas vilas de Porto Alegre. Não precisamos de duas viaturas da
Guarda Nacional, dando plantão na frente do Shopping Iguatemi, mais duas dando
plantão na frente do BarraShoppingSul, nem na Av. Goethe, esquina com a Rua
Mariante. Nós precisamos da Guarda Nacional onde ela tem que estar, não
precisamos que venha para cá para ser plantão de shopping center; nem precisamos de empresas de comunicação como a
Zero Hora. A Guarda Nacional tem que vir para cá para auxiliar a Brigada
Militar na segurança pública de Porto Alegre, não para ficar passeando na
Cidade Baixa num dia como ontem; e não precisa de helicóptero para ficar
andando no Centro. Que bom seria se esse helicóptero estivesse auxiliando a
Brigada Militar onde ela tem que estar: nas vilas de Porto Alegre. Nós não
precisamos ver esse contingente aqui no asfalto, nós não precisamos ver esse
contingente na região do Centro e imediações, muito menos onde tem andado. Nós
queremos ver esse contingente onde tem que estar! Então fazemos esse apelo ao
Secretário de Segurança. Também muito nos estranha a nomeação do Secretário de
Segurança, meu amigo, uma pessoa muito querida, mas que está na área errada.
Acho que o Cezar Schirmer não
poderia ser o Secretário de Segurança deste Estado. E muito se falou no
Secretário Beltrame, que está saindo do Rio de Janeiro. Eu acho que a nossa
Secretaria de Segurança precisaria de alguém, neste momento, com muito
conhecimento da área de segurança no Estado do Rio Grande do Sul.
Eu
também quero falar aqui sobre uma questão que tem ocupado as redes sociais
desde quinta-feira ou sexta-feira: um abaixo-assinado que está percorrendo o
bairro Tristeza. Uma construtora, achando que é dona do bairro, quer mudar o
nome do bairro, dizendo que tristeza tem fim. Já dizia o poeta Vinicius de
Moraes que tristeza não tem fim, felicidade sim. O bairro tem esse nome; e os
moradores já organizaram um abaixo-assinado, porque querem que o seu bairro
continue se chamando assim. A construtora que coloque no seu empreendimento o
nome que quiser; o bairro, por decisão dos moradores... Já se discutiu o Plano
Diretor da Cidade, já se discutiu o mapeamento dos bairros de Porto Alegre;
agora, vem a construtora fazendo uma campanha publicitária, querendo mudar o
nome do bairro, querendo impor a sua marca e o seu nome num bairro que já
existe em Porto Alegre há décadas, talvez há séculos. E ela vem querer impor a sua
decisão. Acho que a população já se organizou, está com seu abaixo-assinado, e,
se esse projeto chegar aqui na Casa, tenho certeza de que a sensibilidade dos
Vereadores não vai permitir que isso aconteça, trocar o nome de um bairro
simplesmente por trocar, por interesse de um empreendimento, de um
empreendedor. É um bairro de referência cantado, impresso e em versos pela
nossa Cidade: o bairro Tristeza. É isso, Sr. Presidente, em nome do nosso
Partido Solidariedade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ENGº
COMASSETTO:
Sr. Presidente, meus colegas Vereadores e Vereadoras, quero cumprimentar todos
os visitantes e dizer que venho em nome do PT, do PCdoB e do PSOL para dar
continuidade ao tema que é a maior preocupação do momento de toda a sociedade
porto-alegrense, gaúcha e brasileira: a insegurança, ou a falta de segurança. E
esse tema é de todos.
Nós aprovamos nesta Casa a criação de uma
secretaria, a Secretaria Municipal de Segurança. Em um dos seus princípios está
a integração entre as forças da União, do Estado e instituir no Município um
Plano Municipal de Segurança. Esse Plano até hoje não aconteceu. Nós, que
andamos por toda a Cidade, junto com os outros 500 candidatos e candidatas,
temos ouvido de todos a agonia. Já debatemos isso há longo tempo, não é de
hoje. O tema da segurança é central. Veio a Força Nacional de Segurança, e ela
tem que estar inserida nesse Plano para atender às comunidades que precisam de segurança. Não é só para
ficar estacionada no centro da Cidade. Não é só para ficar onde dá
visibilidade. Nós precisamos que ela atue integrada com a Policia Federal, com
a Brigada Militar, com a Polícia Civil, com a Secretaria Municipal de Segurança
e atue em todo o Município de Porto Alegre. Violência gera violência, um
caminho que leva à barbárie, e nós não podemos permitir isso – nós, que somos
pacifistas, que defendemos a paz.
Ver.
Dr. Goulart, pode haver discordância política, o contraditório, o direito à
manifestação. Nós não temos dúvida de que o direito à manifestação, o direito à
liberdade é um direito constitucional, e nós temos que o defender sempre.
Agora, não podemos defender, não podemos permitir que a violência se instale,
seja qual for o segmento da sociedade, seja qual for o serviço de segurança que
existe. A Brigada Militar não está aí para reprimir movimentos sociais, está
para guardar a sociedade como um todo. E os movimentos sociais sejam quais
forem eles...
Bom,
tem uma Constituição a ser cumprida! Não pode acontecer o que o Alckmim fez em
São Paulo, no ato “Fora Temer”, com mais de 100 mil pessoas: colocou força
policial para reprimir um ato em defesa da democracia, em defesa da liberdade.
Nós não podemos, neste momento de dificuldade, de insegurança na sociedade,
confundir tudo. Volto a dizer aqui: o direito à manifestação, à democracia, à
liberdade de manifestação vale para todos. Houve grandes manifestações dos
coxinhas que teve a proteção do Estado, assim como pode haver os contrários,
opinião que também tem que receber proteção do Estado. E aqui nós não
defendemos nenhum nem outro que possa arranhar a Constituição Brasileira. A
Constituição é um direito de todos e que nos rege.
E
a insegurança em relação à violência que está instalada está levando para o
caminho da barbárie, da barbárie nas comunidades; nas comunidades da periferia,
jovens, meninos e meninas estão sendo aliciados pelo tráfico e são mortos todos
os dias por falta de condições de um projeto que os inclua na sociedade. Então,
a segurança e a violência também têm que estar diretamente associados a um
grande projeto de inclusão social. Isso tem que estar no debate do nosso dia a
dia. Neste momento, tenho certeza de que todos os que estão aqui têm o seu
ponto de vista, têm a sua opinião, mas defendem uma sociedade de paz, e é o que
temos de perseguir, esse é o nosso propósito, Sr. Presidente. Um grande abraço,
muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Valter Nagelstein está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Engº Comassetto, o senhor cometeu um
pecado gravíssimo aqui na tribuna. O senhor fala em cultura de paz e chama as
pessoas de coxinhas! Qual é a sua cultura de paz? É estar ofendendo as pessoas?
(Aparte
antirregimental.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Não, não é o senhor, é o seu partido e a
sua turma! A sua turma foi condenada e está na Papuda; é o Presidente do seu
partido, o tesoureiro do seu partido e a sua Presidenta, que foi cassada. O seu
partido e o seu candidato são mentirosos. Raul Pont é mentiroso! O PMDB foi
atacado, na quinta-feira da semana passada, por uma turba, uma horda, a mesma
que, há dois anos, depredou a Prefeitura Municipal, a ponte da Azenha, as lojas
da Av. Azenha, queria atacar a RBS, mas não conseguiu. No dia seguinte, pegaram
um tonel de estrume e jogaram na porta da RBS. O candidato Raul Pont foi dizer
que aquela turma só foi atacada depois que a Brigada Militar lançou rojões
contra eles. É mentira! Nós encaminhamos uma ação ao Tribunal Regional
Eleitoral denunciando tanto o Sr. Raul Pont quanto a Sra. Luciana Genro.
Por
isso, Vereador, que o senhor vem aqui fazer isso, por ter dois pesos e duas
medidas, por dizer uma coisa para as pessoas e fazer outra por trás dos panos.
Por dizer que são éticos e são limpos, mas implantaram o maior esquema de
roubalheira que este País já viu. Por dizer que defendem o patrimônio público e
terem chuparam a Petrobras; instalaram um “propinoduto” na Petrobras. Acabaram
com a criação, Ver. Dr. Goulart, do trabalhismo! Quando o Brasil não tinha
poupança, quando as pessoas não tinham poupança, pois poupar não é hábito nosso
– diferentemente dos japoneses –, não havia acúmulo para fazer isso, o Governo
foi lá e criou a Petrobras, a Eletrobrás, todas as nossas estatais. E, depois
de tudo isso – o petróleo é nosso, o patrimônio é nosso –, o PT foi lá e
explodiu a Petrobras. Para vocês terem uma ideia, o juiz Mouro apurou que a
refinaria de Abreu e Lima, se operar durante toda a sua vida útil, com capacidade
plena, não paga a roubalheira que foi. Gastaram 19 bilhões até agora, e
ainda faltam 2 bilhões para ficar pronto. Quem é que fez isso? O PT! Por isso a
Presidente foi julgada.
Agora vem com esse negócio da violência da
sociedade, que a Brigada não pode ser violenta...! Eu vou dizer o seguinte,
Vereador – talvez o senhor não seja de Porto Alegre, talvez o senhor esteja em
Viamão ou em outra cidade: caminhe pelas ruas da Cidade para ver o que foi
feito de vandalismo. Veja no Túnel da Conceição, onde nós fizemos uma campanha
com a juventude para fazer painéis artísticos: entraram lá, picharam tudo e
saíram caminhando pela Av. Independência quebrando todas as lojas. Entraram na
Mostardeiro, quebraram tudo. Desceram pela Padre Chagas, passaram pelo Parcão e
quebraram tudo, seguiram pela Cidade Baixa, como há dois anos, quando os
empresários dali tiveram que se armar, tiveram que contratar milícias para
segurar, porque essa turba quebrou toda a Cidade Baixa. Uma vez, senhores? Duas
vezes? Não! A sede do PMDB, pasmem os senhores, é a sexta vez que é atacada.
Por cinco vezes, a nossa porta resistiu; agora, na última, não resistiu.
Entraram lá no nosso galpão Nico Fagundes, quebraram tudo, botaram fogo! Só não
incendiou o quarteirão inteiro, porque o fogo foi controlado a tempo, pois
colocaram fogo na sede!
É dessa a paz que o Ver. Comassetto vem aqui
falar. E vem dizer que a Brigada Militar é que é violenta, senhores! Esse tipo
de postura política nós não aceitamos mais, Ver. Comassetto! Eu me indigno,
porque, graças a Deus, corre sangue nas minhas veias. Eu me indigno contra a
corrupção, eu me indigno contra aqueles que falam uma coisa e fazem outra. E o
PT... Cadê a estrela que vocês usavam? Não vi no seu material, não vi mais!
Ficou roxo o negócio, não é mais vermelha a... Quer dizer, eles queimaram hoje
uma bandeira do Brasil, para quem quis ver! Queimaram hoje uma bandeira do
Brasil. Eu tenho dito que quem não gosta do Brasil, quem não gosta da sociedade
de economia de mercado, que vá para Cuba, vá para a Venezuela! Lá está sobrando
papel higiênico, lá está sobrando sabonete, lá tem tudo, lá as pessoas não
estão passando fome e lá não tem violência policial. Lá quem se opõe ao regime
está solto, é uma democracia, é uma maravilha!
Então, gente, por favor, alto lá com essa
hipocrisia que dominou durante tanto tempo, eu tenho certeza de que a sociedade
está vendo e não aguenta mais. A Brigada Militar é uma instituição que merece
todo o nosso respeito. E vou dizer mais: tinha que ter agido antes. Se em seis
protestos, eles quebram toda a Cidade, e nós já sabemos onde esses protestos
vão descambar... E vem dizer que é um pequeno grupo que está lá dentro?! É
mentira, é um grande grupo que está lá dentro, instrumentalizado e incentivado
por grandes líderes, inclusive pelos candidatos, pelos seus líderes maiores.
Vem dizer que violência é o golpe, e isso que estão fazendo aqui não é
violência?! Rasgam a bandeira do Brasil, quebram o patrimônio privado,
enlouquecem a vida das pessoas, param os trabalhadores que saem do comércio, Ver. Janta, às 18h, na Av. Salgado
Filho, que ficam trancados nos ônibus, porque não conseguem sair.
Eu
estava na Prefeitura Municipal em 2014, no dia em que quebraram toda a
Prefeitura Municipal. Não fomos linchados lá dentro porque 12 ou 13 bravos
guardas municipais conseguiram segurar a situação. Prenderam uma líder lá e as
bandeiras do PSOL. Tem as fotos até hoje aqui. Então todos nós sabemos, à
exaustão, de onde vem isso. E vou dizer aqui à Brigada Militar que ela tem o
nosso apoio. O que eu não quero ver na Brigada Militar é o que aconteceu lá em
Caxias, quando aquele brigadiano caiu no chão, foi pisoteado, teve a sua cabeça
chutada e teve convulsões. A Brigada Militar é a força que está para servir e
para proteger. Graças a Deus nós temos uma instituição como a Brigada Militar.
Bandalheira,
quebradeira, incêndio, vandalismo – isso não é coisa de gente democrática. E
vir aqui dizer que isso é democracia? Ao contrário, isso é um atentado à
democracia. E eu espero que o senhor tenha mais responsabilidade no futuro, de
vir aqui e condenar os seus correligionários, os seus cupinchas que fazem esse
tipo de coisa, que vão para a rua promover depredação, que promovem um
verdadeiro atentado às instituições democráticas. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo): Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 14h52min.)
* * * * *